quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reflexão


"As pessoas mais bonitas que nós conhecemos são aquelas que já perderam, sofreram, lutaram e encontraram um caminho para se erguer das profundezas. Essas pessoas tem um apreço, uma sensibilidade e um entendimento da vida que os preenchem com compaixão, gentileza e um amor fora do comum. Pessoas bonitas não são um acaso."
Elisabeth Kubler Ross

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"O Forte"



Um fenômeno marcante nos casos de famílias enlutadas pela morte ou eminência de morte de um de seus membros é a incorporação de diferentes papéis diante do acontecimento.
É bastante comum, a existência de um desses papéis: "o forte".

O forte seria aquela pessoa que se destaca pela eficiência. Bastante racional, corre atrás de tudo e cuida de tudo para que os outros membros da família possam vivenciar sua dor. Não demonstra sentimentos e sempre utiliza de frases "positivas" no seu processo de luto.

É necessário que fiquemos atentos quanto a função dessa força.
Não podemos ignorar o luto de pessoas com esse "perfil", pois talvez ela também precise de auxílio para a elaboração de seu luto, como ressalta Caplan:

"As pessoas que parecem ajustar-se mais
estoicamente (firme, rápido) a uma morte são, a longo prazo, as
mais afetadas por ela. Vez por outra observamos
pessoas que encaram aparentemente uma perda com
fortaleza e coragem incomuns. Elas não se deixam
abalar pelo infortúnio... Não choram nem se
mostram preocupadas com as recordações e
pensamentos sobre as pessoas que amavam e
perderam... Mas eram essas pessoas aparentemente
“corajosas” as que, com o tempo, eram mais
marcadas pela morte."


Não subestime a dor do outro!
As vezes, as pessoas aparentemente parecem não estar sofrendo, mas na verdade, não estão expressando e deixando  transparecer a sua dor.



 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Medicamentos e o Luto


          Sabe-se que a morte em nossa sociedade atual é um assunto que não pode ser discutido, é algo deixado em segundo plano, como se isso pudesse adiá-la. Deve ser escondida, institucionalizada e medicalizada, não mais portadora de ritos e sem grandes demonstrações de dor pelos enlutados.  

          Quando se perde alguém querido, há lágrimas que precisam ser choradas, há gritos que devem de ser gritados. Na minha experiência com enlutados, posso garantir que muitas pessoas da família erroneamente “medicam” por conta própria enlutados com calmantes e tranqüilizantes.

          Mas qual seria a função de tal atitude?

          Muitos justificam que o enlutado não conseguiria agüentar o sofrimento, vivenciar o momento. Será mesmo que o enlutado não suportaria a dor ou é uma dificuldade da própria pessoa (que oferece o medicamento) para lidar com o sofrimento, com a expressão de dor do enlutado?  

Lembre-se:
 - o remédio não vai fazer com que o vazio da perda desapareça, este fato é algo que deve ser elaborado e encarado.
- o uso de medicação sem prescrição médica pode trazer prejuízos ao enlutado.

          O ideal, antes de qualquer coisa é consultar um médico para saber a real situação e os riscos que o enlutado pode ter. Ele irá orientar quanto o uso ou não de medicamento.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cuidado com Enlutado - o que dizer

"Você precisa ser forte"
"Deus sabe o que faz"
"Foi melhor para ele (a)!"
"O tempo cura todas as feridas"
"Você não pode chorar, ele (a) não irá ficar em paz"

     São exemplos de frases ditas com frequência por parentes, amigos de pessoas enlutadas.
     Mas você já parou para pensar no significado, no que gera esse tipo de comentário para uma pessoa que esta fragilizada e abalada, como é  o caso de uma pessoa enlutada?

     Muitas pessoas acabam por fazer esse tipo de comentário, pois não sabem o que dizer num momento tão difícil.
     Na maioria das vezes quem diz algo desse tipo possui as melhores das intenções, dizem isso para "tentar diminuir a dor da perda", mas será que isso é possível?

     Ao contrário, quando você diz alguma frase como estas citadas acima, você não permite que a pessoa se expresse como precisa.
      E se a pessoa levar esse comentário em consideração pode ser muito doloroso para ela tentar ser forte, tentar parar de chorar, pode gerar mais sofrimento ainda, por tentar reprimir o que esta sentindo



      Nesse momento de dor, ela não quer se forte, ela não consegue ser forte! Essa pessoa precisa de acolhimento, que alguém a entenda e respeite a sua dor.



     Será que você precisa dizer algo?
     Será que somente a sua presença, mostrar que esta por perto,  não é essencial?

     Alguns enlutados vão precisar e preferir o silêncio, sem questionamentos, sem comentários.
 Precisamos estar atentos para entender o que cada pessoa necessita nesse momento de dor.

Atenção:

Tente nunca dizer:
           "Você já... esta melhor..../ já esta saindo.../ já esta se divertindo"
           "Você ainda está... sofrendo... /ainda está se sentindo assim..."

Lembre-se que o luto é singular, cada pessoa vivencia o seu luto de uma determinada forma. Não há formas melhores ou piores/ certas ou erradas.

       E você já tinha parado para pensar o que podemos causar numa pessoa enlutada?!
      Antes de sair por ai dizendo algo, vamos pensar a respeito e observar, ver o que realmente poderá ser útil para aquela pessoa que esta tão fragilizada.
      Não esqueça que cada pessoa é única!
     Numa mesma família você poderá encontrar diferentes formas de vivenciar o luto, precisamos estar atentos a isso!  

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A dor que dói na Alma!

A dor de hoje é parte da felicidade de outrora.
(Filme Terra nas Sombras)

Essa frase explica o por que dói TANTO quando perdemos alguém que amamos:

Dói, porque foi muito bom!
Dói, porque você tinha um vínculo com essa pessoa, ela era importante para você!
Dói, porque você a amava!



Amor e luto são 2 faces da mesma moeda.
Não se pode ter um, sem ter o outro.
O Luto é a conseqüência, é o preço por amar...

Compartilhando

"Fiquei muito feliz pelo convite de escrever algo para o blog, ainda mais nesta semana, que antecipa o dia das mães... Você mais que ninguém sabe da minha luta para continuar a minha vida após a perda da minha mãezinha...
Escolhi aquela música que tantas vezes foi assunto na terapia, uma música que para alguns é apenas mais uma letra, mais uma melodia, mas para mim... diz MUITA coisa! Tem um significado único! 
Muita gente pode ouvir essa música e pensar em um amor, um companheiro... eu penso na minha mãe que se foi quando tinha apenas 16 anos...
Espero que de alguma forma essa letra toque o coração de vocês, como toca o meu a cada vez que a escuto!
E aproveito para agradecer por tudo o que construimos juntas na terapia!"

Vento no Litoral - Legião Urbana




De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe
ver a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção
Aonde está você agora
Alem de aqui dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim

Quero ser feliz ao menos,
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...
Eieieieiei!
Olha só o que eu achei
Humrun
Cavalos-marinhos...

 

Mensagem enviada por  S.L.
Agradecemos imensamente o carinho que teve em escrever algo tão único e singular para o "Compartilhando".  Com certeza enriqueceu ainda mais o nosso blog.

Se você também quer compartilhar envie para o nosso email:
institutodoluto@grupobompastor.com.br

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Mitos sobre o Luto

Nessas próximas semanas iremos discutir no nosso blog a respeito de concepções equivocadas que as pessoas podem ter a respeito do processo de luto.
           Essas concepções ao invés de ajudar a pessoa enlutada, dificultam a elaboração do luto e acabam causando prejuízos.

Para darmos início, escolhemos um dos maiores e mais frequentes mitos a respeito do luto:

“Não choro, nem converso sobre a perda na frente de meus familiares,
  pois quero poupá-los”             

Muitas famílias criam um pacto de silêncio a respeito da perda, com a intenção de causar menos dor ao outro. 


Será que agindo dessa forma estaremos contribuindo positivamente no luto das pessoas que convivemos?
Será que conseguimos poupar alguém de uma dor tão desorganizadora como essa?
Será que reprimir sentimentos e emoções ajudará no nosso processo de luto?

        
A resposta para todas essas questões é não!


As vezes chorar na frente do outro, demonstrar que esta sofrendo,  poderá aliviar essa outra pessoa, no sentido de que ela não está passando por isso sozinha. Outras pessoas estão sofrendo também. Saber disso tranqüiliza...

Não temos esse “poder” de poupar ninguém de um sentimento tão intenso e forte como a perda de alguém querido. Sabe-se que se expressarmos e conversarmos sobre o acontecido isso facilita no processo de elaboração do luto.

Falar do acontecido não é nada fácil e causa muito sofrimento para a pessoa. Mas as pessoas se esquecem que esse sofrimento já existe. Não é o falar que gera esse sofrimento. O falar é somente uma maneira de expressa-lo.
Esse sofrimento é fruto do rompimento de um vínculo com alguém de extrema importância e relevância.  Quando falamos, apenas estamos entrando em contato com esse sofrimento, estamos permitindo expressar e compartilhar essa dor.  

Chorar é uma maneira natural de aliviar a tensão interna e permite que seja comunicada a necessidade de ser confortado.

Pense nisso!



quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Luto e o Chorar

Voce já se perguntou alguma vez por que choramos?



Choramos para expressar algum sentimento.

Quando recebemos a notícia que uma pessoa que amamos faleceu, sentimos o peito apertar... a voz embargar... vontade de chorar tamanha. Nesse caso, na maioria das vezes, o sentimento nomeado como tristeza quer ser expresso

Mas no luto é freqüente algumas pessoas reprimirem esse choro.
Algumas pessoas acreditam que precisam ser “fortes” e que chorar é sinônimo de fraqueza; Outras não querem demonstram seus sentimentos para outras pessoas com a intenção de poupá-las e não preocupá-las, ou não deixá-las tristes também...

 Também é possível que a pessoa que está preocupada com o enlutado tente, mesmo que de maneira sutil, por desejo de protegê-lo, evitar que ele chore e acabam por dizerem frases como: ´As lágrimas não o trarão de volta´ ou ´Ele não gostaria de vê-lo chorar´.  Na verdade, esse tipo de atitude mostra que essa pessoa sente-se impotente diante do sofrimento do enlutado, ou seja,  não sabe como lidar com isso!

Mas o que acontece quando reprimimos esse choro?

Quando esse sentimento quer ser expresso e nós não permitimos isso?


Sabe-se que o chorar funciona como uma descarga física e emocional. Dessa forma, quem reprime o choro pode apresentar com freqüência sérios problemas psicossomáticos, além de aumentar a suscetibilidade a distúrbios relacionados ao stress.

Como já dizia um filósofo romano: “As lágrimas aliviam a alma”



Pense nisso!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Datas Comemorativas


Quando temos as pessoas que amamos ao nosso lado, a chegada de datas comemorativas é vista com alegria, entusiasmo e empolgação
Quando perdemos alguém querido, esses dias especiais, se pudéssemos, não fariam mais parte do calendário.
É difícil encontrar motivação para comemorar qualquer data!
As datas comemorativas despertam lembranças, saudades, tristezas...


Os sentimentos se intensificam porque a ausência de quem se ama fica evidenciada. 


Mas sobreviver a essas datas é possível!
É preciso reaprender a conviver com esses dias e vivenciá-los de um jeito diferente.
Algo que ajuda muito é o ritual, mas ele precisa fazer sentido para você! 

Portanto, ritualize, homenageie, faça alguma coisa, ainda que simples: vestir uma roupa especial; ir a um lugar que tenha significado para você; preparar uma comida especial; se você for religioso, pode fazer uma oraçãó; vá a igreja, se isso lhe fizer bem!
Só não se esqueça que o rito é SEU!
Tem que ser importante e fazer bem para você!

 






Buscar apoio entre parentes e amigos também é válido e importante!
Conversar, compartilhar suas emoções, sentimentos e pensamentos podem te ajudar nesses dias.


E você, como tem vivenciado as datas comemorativas? O que tem feito? Divida conosco, assim poderá contribuir e ajudar alguém que esta passando por esta situação.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Redes Sociais - seu papel na elaboração do luto

     Sabemos que hoje em dia é tamanho o número de pessoas que possuem um perfil virtual em alguma rede social disponível na internet.
     Mas e quando uma dessas pessoas falecem? O que fazer com este perfil?

     O que podemos observar nas redes sociais são que frequentemente os familiares excluem o perfil da pessoa falecida.
     Outros, permanecem com o perfil. Alguns até chegam a responder as mensagens que amigos e conhecidos enviam. 

     Mas, afinal, o que se deve fazer?


    
     Todo processo de luto é único! Partindo desse princípio, cada pessoa irá vivenciar e enfrentar o seu luto de acordo com os seus recursos. Para alguns o simples fato de manter o perfil de um parente, amigo, familiar pode ajudar em seu processo de elaboração do luto, já para outros, isso pode não ser benéfico.     
         
     O ato de manter um perfil na rede pode significar uma forma de manter viva a pessoa que faleceu, podendo ser uma forma de negação da morte. Isto pode ser um fator complicador no processo de elaboração do luto.
     Mas se por outro lado, a manutenção do perfil servir como uma forma de manter lembranças e homenagens. Esse ato poderá contribuir de uma forma positiva.  

      Por isso, deve-se sempre compreender o significado dessa experiência para cada pessoa.