segunda-feira, 23 de maio de 2011

Luto Antecipatório

“O Luto Antecipatório trata-se de uma fase onde se fica no fio da navalha, pois, por um lado, temos que nos preparar para a morte que se avizinha e, por outro, precisamos dedicar todo o nosso amor, atenção e carinho ao paciente em fase terminal”. (Fonseca 2004, p.97)



 Luto Antecipatório: é a vivência do luto ANTES da perda real, da morte propriamente dita.
     Esse tipo de luto ocorre, por exemplo, quando recebemos o diagnóstico de que alguém que amamos muito está com uma grave doença e que não tem chances de cura e sobrevivência. É muito difícil ver quem amamos se definhando com o tempo e ficando cada vez mais frágil por causa de uma enfermidade brutal.
     Essa situação pode causar uma desorganização e sofrimento tanto no indivíduo quanto em sua família além do grupo social que pertence.
    O Luto Antecipatório - É um fenômeno adaptativo, no sentido de que é possível, tanto o paciente quanto os familiares se prepararem cognitivamente, emocionalmente e espiritualmente para o acontecimento seguinte que é a morte.
     A maneira como cada indivíduo irá reagir frente a esse sofrimento é algo único. Não existe um roteiro a ser seguido que nos ensine a evitar essa dor. Porém algumas orientações podem contribuir para amenizar esse sofrimento que se aproxima:
- criar um espaço que possam conversar e expressar o que estão sentindo;
- falar sobre o sofrimento;
- falar sobre os medos;
- tomar decisões em conjunto;
- se despedir, dizer o que tem vontade para o paciente enquanto ainda é tempo;
- enfrentar essa situação de forma unida.
     Esses comportamentos ajudam na aceitação e adaptação a essa nova realidade. Facilitam a compreender que uma perda esta prestes a acontecer, ajudam a finalizar situações que ainda não foram resolvidas, promovem maior comunicação entre os indivíduos que estão envolvidos e acolhem as emoções e os sentimentos eminentes nesse período.
    Para quem ainda tiver dificuldades em expressar essa dor, esse sofrimento, o recomendável é procurar algum tipo de ajuda.
     O filme “Uma Prova de Amor”, do diretor Nick Cassavetes, fala justamente sobre este difícil momento de aceitação de que o fim está próximo.



     Esse filme foi lançado em 2009 e conta a história de uma família, cuja, a filha do meio foi diagnosticada com um tipo raro de leucemia.
     O filme mostra as lutas dessa família contra a doença e a forma como cada integrante desta história vivencia seu luto atencipatório.
     Vale a pena assistir!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Entrevista:


Entrevista com Cissa Guimarães

A atriz relata como vem enfrentando e vivenciando o seu luto.
Enfatiza a importância da terapia do luto para lidar com a perda de seu filho.



domingo, 8 de maio de 2011

Dica de livros: Maio/2011


"Conversando sobre a Morte"
Da autoria de Carla Hisatugo , o livro é indicado para crianças que passaram por uma perda na família.

"Livro infantil para crianças com idade a partir de cinco anos pretende contar o que sentimos, pensamos, acreditamos e fazemos quando uma pessoa querida morre. Deste modo, explicita-se a vida real de maneira acessível à criança, propiciando que a mesma entenda melhor e reflita sobre seus sentimentos e percepções em relação à morte."

 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Japão e a força para seguir em frente

 O Tsunami que atingiu o Japão em março desse ano nos mostra claramente que nenhum de nós está livre da possibilidade uma tragédia. De certo modo, os japoneses vivem uma espécie de luto coletivo.
A destruição repetida inúmeras vezes pelos meios de comunicação nos causando horror e espanto é o marco zero de onde partirão os japoneses para a reconstrução das províncias destruídas.
É claro. Sofrem por seus mortos, derramam suas lágrimas. Mas a vida, por mais difícil que seja, deve continuar.
 Os destroços serão retirados, as ruas serão limpas, as casas reconstruídas e depois de muito trabalho e do tempo fazer a sua parte, as coisas voltarão à uma certa normalidade. Ninguém da região atingida pelo tsunami será mais o mesmo. Provavelmente nem os lugares e os espaços terão a mesma configuração. Não se pode passar por algo tão avassalador sem nenhuma marca. Nem seríamos normais  se assim o fosse.
 O Japão já nos deu grandes lições ao sobreviver às bombas atômicas e se tornar uma nação pacífica. Temos tudo para acreditar que não será diferente desta vez.
Em nossas perdas individuais, em nossos tsunamis particulares, a coisa se dá de maneira similar. Ao perder um ente querido tudo se desorganiza ao nosso redor. De repente o mundo se torna um lugar inseguro. Nosso interior fica devastado como ficaram as províncias japonesas atingidas pelas águas.
Virão as lágrimas, as perguntas sem resposta, a dor pela ausência do ser amado. Inevitável.
 Mas com o passar dos dias, semanas e meses, nossa vida exterior e interior se reorganizará. Com uma força que não imaginávamos possuir e a vontade de superação, chegaremos a um novo tipo de equilíbrio. Sairemos mais fortes, talvez. “Ressuscitaremos” de nossas perdas e a vida seguirá com outras cores, outros significados.
 Alguns de nós terão mais dificuldades para atravessar esse período e precisarão da ajuda de familiares e profissionais para reencontrar o significado de suas existências. Mas isso é outro  assunto sério e delicado e guardaremos para uma próxima oportunidade.

Onassis Bruno