quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Medicamentos e o Luto


          Sabe-se que a morte em nossa sociedade atual é um assunto que não pode ser discutido, é algo deixado em segundo plano, como se isso pudesse adiá-la. Deve ser escondida, institucionalizada e medicalizada, não mais portadora de ritos e sem grandes demonstrações de dor pelos enlutados.  

          Quando se perde alguém querido, há lágrimas que precisam ser choradas, há gritos que devem de ser gritados. Na minha experiência com enlutados, posso garantir que muitas pessoas da família erroneamente “medicam” por conta própria enlutados com calmantes e tranqüilizantes.

          Mas qual seria a função de tal atitude?

          Muitos justificam que o enlutado não conseguiria agüentar o sofrimento, vivenciar o momento. Será mesmo que o enlutado não suportaria a dor ou é uma dificuldade da própria pessoa (que oferece o medicamento) para lidar com o sofrimento, com a expressão de dor do enlutado?  

Lembre-se:
 - o remédio não vai fazer com que o vazio da perda desapareça, este fato é algo que deve ser elaborado e encarado.
- o uso de medicação sem prescrição médica pode trazer prejuízos ao enlutado.

          O ideal, antes de qualquer coisa é consultar um médico para saber a real situação e os riscos que o enlutado pode ter. Ele irá orientar quanto o uso ou não de medicamento.