quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Japão e a força para seguir em frente

 O Tsunami que atingiu o Japão em março desse ano nos mostra claramente que nenhum de nós está livre da possibilidade uma tragédia. De certo modo, os japoneses vivem uma espécie de luto coletivo.
A destruição repetida inúmeras vezes pelos meios de comunicação nos causando horror e espanto é o marco zero de onde partirão os japoneses para a reconstrução das províncias destruídas.
É claro. Sofrem por seus mortos, derramam suas lágrimas. Mas a vida, por mais difícil que seja, deve continuar.
 Os destroços serão retirados, as ruas serão limpas, as casas reconstruídas e depois de muito trabalho e do tempo fazer a sua parte, as coisas voltarão à uma certa normalidade. Ninguém da região atingida pelo tsunami será mais o mesmo. Provavelmente nem os lugares e os espaços terão a mesma configuração. Não se pode passar por algo tão avassalador sem nenhuma marca. Nem seríamos normais  se assim o fosse.
 O Japão já nos deu grandes lições ao sobreviver às bombas atômicas e se tornar uma nação pacífica. Temos tudo para acreditar que não será diferente desta vez.
Em nossas perdas individuais, em nossos tsunamis particulares, a coisa se dá de maneira similar. Ao perder um ente querido tudo se desorganiza ao nosso redor. De repente o mundo se torna um lugar inseguro. Nosso interior fica devastado como ficaram as províncias japonesas atingidas pelas águas.
Virão as lágrimas, as perguntas sem resposta, a dor pela ausência do ser amado. Inevitável.
 Mas com o passar dos dias, semanas e meses, nossa vida exterior e interior se reorganizará. Com uma força que não imaginávamos possuir e a vontade de superação, chegaremos a um novo tipo de equilíbrio. Sairemos mais fortes, talvez. “Ressuscitaremos” de nossas perdas e a vida seguirá com outras cores, outros significados.
 Alguns de nós terão mais dificuldades para atravessar esse período e precisarão da ajuda de familiares e profissionais para reencontrar o significado de suas existências. Mas isso é outro  assunto sério e delicado e guardaremos para uma próxima oportunidade.

Onassis Bruno

Um comentário:

  1. Pra falar a verdade nem tenho o que comentar...
    Ótimo texto...
    Parabéns...

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