segunda-feira, 4 de julho de 2011

Devemos falar sobre a morte com as crianças?



Falar da morte às crianças, é sempre difícil!
Mas por que?

      Porque essa dificuldade é resultado da forma como nós entendemos e pensamos a respeito da morte. 
      Para a maioria dos adultos a morte é vista como algo misterioso, doloroso e angustiante, da qual não se deve falar. Dessa forma, é natural que tenhamos receios e que seja dificil explicar para os pequenos esse acontecimentos que faz parte da vida de todos.
      Um comportamento muito comum emitido pelos familiares é tentar poupar as crianças da morte ou do conceito de morte achando que são muito pequenas para entender. 
      Esses familiares estão equivocados, essa atitude mostra mais uma vez a dificuldade que os próprios adultos têm em lidar com a morte. 
      Outro erro cometido por pais e familiares são explicações abstratas e irreais na tentativa de evitar que as crianças sofram: "fulano partiu", "fulano foi morar no céu", "fulano bateu as botas", "foi para o andar de cima", "virou estrelinha", "foi viajar", "esta dormindo".
      As crianças a partir dessas explicações começam a fantasiar e gerar uma angustia. Vários questionamentos surgem na cabeça das crianças: "Se eu dormir eu também não vou mais acordar?", "Se ela virou uma estrelinha e foi para o céu, por que eu não posso ir também?", "Quando uma pessoa viaja, ela não volta mais?", "Se o céu é um lugar bonito, por que as pessoas choram quando as outras vão para lá?".    

Como uma criança entende a morte?

      Antes dos 5 anos as crianças entendem que a morte é reversível. Acreditam que a qualquer momento a pessoa que morreu possa voltar.
      Entre 5 e 10 anos crianças começam a entender que a morte é irreversível e que somente pessoas velhas e vítimas de acidentes morrem. 
      Após os 10 anos passam a entender que a morte é parte natural das coisas e que pessoas morrem em todas as idades e por diversas razões. 

O que dizer sobre a morte e como agir diante de uma criança?

      Quando uma pessoa da família morre, essa notícia deve ser dada a criança por uma pessoa próxima e em quem ela confie.
      Essa notícia deve ser dada de uma forma clara e simples. Use a palavra morte ou morreu e deixe claro que o que aconteceu é irreversível, para a criança não criar expectativas e fantasias.
      Não tente esconder sua dor para a criança. Chorar na frente da criança é uma forma de dizer que ela pode chorar também. É importante explicar que a tristeza é normal e que é preciso expressá-la. 
      Após contar sobre a morte, é necessário dizer a criança o que acontecerá: velório e funeral. Se ela demonstrar interesse é importante levá-la ao velório, enterro, explicando com palavras simples o que se passa.
      Jamas esconda a notícia. Mesmo crianças pequenas devem participar do luto em família, para não se sentir excluídas ou culpadas pela morte.
      É importante após o funeral, manter fotos e lembranças da pessoa falecida para poder conversar sobre isso com a criança. Isso irá ajudar a construir um novo vinculo da criança com a pessoa que faleceu.
      É aconselhável ouvir o que ela tem a dizer, tentar responder as suas perguntas e ajudá-la a expressar o que está sentindo. 

Quando devo começar a falar da morte com uma criança?

      Muitas pessoas esperam o falecimento de alguém próximo para a partir daí conversar e introduzir o assunto morte com uma criança. Porém muitas outras perdas ocorrem na vida de uma criança que precisam ser acolhidas e trabalhadas. 
      Uma oportunidade para começar a falar da morte e ajudar a criança a compreender isso como natural é a morte de uma planta, uma flor, ou até mesmo conversar sobre o animal de estimação que esta doente, conversar sobre o peixinho que morreu. 
      As histórias infantis podem ser usadas para desmistificar o tema da morte para a criança. 

      Lembre-se: se os pais mostrarem com naturalidade o ciclo da vida, a criança lidará com a morte sem maiores problemas.  

Se estiver enfrentando uma situação semelhante a essa e não souber como agir, escreva para nós. Teremos o prazer de lhe acolher e orientar quanto ao que pode ser feito.
Email: institutodoluto@grupobompastor.com.br

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