Há acontecimentos na vida que de tão dolorosos nos deixam sem palavras para justificá-los.
Como consolar alguém que se depara com a morte de um ente querido?
Evitar lugares comuns como a horrível expressão “bola pra frente” e querer dizer qual é o momento em que o outro deve deixar de chorar por sua perda é questão de bom senso.
Cada qual sabe de si.
Não há instrumentos que possam medir o quão grande é o sofrimento alheio. Muito menos podemos nos autorizar a dizer que sentimos muito por perdas alheias sem que isso soe pouco verdadeiro.
Não há nada de novo em dizer que às vezes o silêncio respeitoso é melhor do que mil palavras ditas ao vento.
Qualquer gesto de ajuda a uma pessoa que perdeu um familiar recentemente pode consolar de maneira mais efetiva do que tentativas vãs de tentar explicar e dar motivos para o maior dos mistérios com o qual todos nós vamos nos confrontar um dia.
Uma sopa para a mãe enfraquecida pelo sofrimento. Uma tarefa doméstica que ajude a tornar mais arejado um ambiente de tanta densidade emocional. Simplesmente a nossa presença mostrando que a vida continua e que estamos ali para ajudar no que for preciso ou entender o momento em que a pessoa enlutada precisa estar só com seus sentimentos são gestos e atitudes que podem fazer alguma diferença.
Texto escrito por Onassis Bruno (Atendente Funerário - Bom Pastor)
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