segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"Moda para pessoas mortas"




Pia Interlandi, estilista australiana, cria roupas para serem usadas por defuntos no seu enterro.

A roupa dos mortos é diferente da dos vivos, porque não têm como fim oferecer calor, proteção e comodidade, diz Pia. O objetivo é enfeitar o corpo para o pós-vida.

 
Em seus desenhos estão intrincadas memórias da perda de parentes e de desconhecidos, assim como conhecimentos adquiridos através de experimentos científicos.
 
O trabalho incorpora ideias da morte, com seus rituais e transformações, e é resultado de uma profunda reflexão sobre a vida e nossa passagem por ela. "Minha roupa é para pessoas que estejam pensando no final da vida e naquilo que valorizam".
 
A estilista explica que para desenhar a sua roupa leva em conta não apenas os que morrem, mas também os que ficam vivos. "Eles (os vivos) necessitam sentir que a pessoa que morreu está protegida, que é amada, que está coberta, que não está nua", reflete.

"Em minha experiência com meu avô, foi reconfortante ver que ele já não sentia dor, que o que o mantinha vivo já não estava mais lá, e que tudo o que restava era a carapuça."
"Mas é preciso proteger essa carapuça, porque existe um vínculo sentimental com ela, com a sua aparência." Para Pia, "vestir um ser amado é um processo imensamente poderoso, e embora não seja para todos, recomendo às famílias que participem".


E você, o que acha disso? Já parou para pensar sobre o assunto?

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