terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Pais Enlutados

"A vida não é mais a mesma, ela recomeçou sem aquela pessoa e com uma história interrompida.
Nada é como era antes. A Família se modificou."


Essa é a realidade que machuca. É essa realidade que se instala na casa e na vida de quem perdeu alguém querido...

Erroneamente pensamos e desejamos que a morte siga uma sequência cronológica: primeiro os pais morrem, depois os filhos. E quando essa sequência é alterada os pais sofrem muito, pois acabam perdendo também sua perspectiva de futuro.
Quando um filho morre, leva consigo sonhos e projetos dos pais, o que intensifica a dor da perda.
 A morte é vivenciada como “perda de um pedaço” de si. Quando a vida de um filho é interrompida, os pais são violentamente atingidos.

Diante da perda de um filho cada pessoa reage de uma determinada maneira. Essas reações dependem de fatores como: a relação entre pais e filho (como era esse vincúlo? Esse relacionamento era saudável? Conflituoso? A idade do filho também influencia (em cada etapa da vida existem fatores que dificultam a elaboração da perda)/ as circunstâncias da perda é outro fator determinante (causa da morte, como foi, o que aconteceu). 

Com a perda de um filho o casamento também pode sofrer consequências negativas,
É frequente verificar-se, após à morte de um filho, uma quebra de comunicação entre os pais. Já que a tendência é evitar o sofrimento do parceiro, o que não deve ser feito. Um deles, em vez de conseguir escutar o outro, exige que este reprima os seus sentimentos. O outro, por sua vez, não se sentindo compreendido naquilo que está sentindo, tem tendência a deixar de comunicar. 

Nesse momento é importante e necessário o acolhimento e a força que um irá transmitir ao ao outro. Escutar, amparar, ser empatico com o companheiro é primordial.
Os pais têm que perceber que são pessoas únicas e que vão viver o luto de forma diferente. É preciso muita compreensão e tolerância para deixar que cada um faça o seu luto à sua maneira, sem se sentir ameaçado.

Com relação aos filhos que ficaram, os pais devem ficar atentos aos seus comportamentos, pois podem sentir medo de investir afetivamente nestes, com o receio de sofrer novamente. Ou, passam a superproteger o filho com medo de perde-lo também.
  
É importante que os pais possam conversar, dividir com alguém os sentimentos que podem surgir, como a raiva, tristeza, o desânimo, a saudade. É importante também que se permitam vivenciar todos esses sentimentos e saibam que o processo de luto leva algum tempo para ser elaborado. É muito difícil conviver com isso sozinhos, a companhia de pessoas próximas efetivamente é muito importante, para a superação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário